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Atibaia, 31 de outubro de 2019 – O 19º Congresso da FACESP abriu espaço para um painel que discutiu a temática sobre A Importância da Mulher Na Política. Participaram as palestrantes Angela Gandra Martins, secretária Nacional da Família no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos; Janaina Paschoal, jurista e deputada na Assembleia Legislativa de São Paulo; e Edir Sales, vereadora na Câmara Municipal de São Paulo.
HÁ MUITO ESPAÇO PARA CONQUISTARMOS
Ivani Boscoli, coordenadora de Relacionamento do CMEC FACESP e ACSP, agradeceu a presença das convidadas e reforçou a importância do olhar inerente da mulher no aperfeiçoamento da vida política do Brasil. Logo em seguida, passou a palavra para Angela Gandra Martins, que lembrou a importância da mulher na construção e na harmonia do lar. “É assim que começamos a constituir a nossa vida política. Mas, ainda há muito espaço para conquistarmos. Somos muito poucas. Embora tenhamos tido um número recorde na última eleição, apenas 15% das vagas no Congresso Nacional foram ocupadas por mulheres. Devemos levar mais longe o olhar feminino na vida política. Isso por que a mulher não abandona suas causas”, enfatizou Angela.
A secretária Nacional da Família no Ministério da Mulher ressaltou que a contribuição da mulher deve ser levada para o legislativo e para outros lugares. Isso, porém, não significa competir com os homens. “É uma somatória. Estamos contribuindo com a sociedade. Sou professora de Filosofia do Direito e já me perguntaram como atingir o objetivo de ampliar a participação política da mulher. É preciso deixar o conformismo de lado e passar a atuar e influenciar na vida política. É importante se perguntar: será que eu estou fazendo a diferença? Estou exercendo a minha missão? É necessário valorizar a voz da família. A mulher tem um olhar que faz a diferença, tanto na vida política como nas ações sociais”, concluiu.
TEMOS TANTO TALENTO QUANTO OS HOMENS
Já Edir Sales começou a envolver a plateia do congresso lançando uma pergunta. “Como iremos aumentar o número de mulheres nas casas legislativas? Ela destacou que a mulher precisa começar a valorizar mais a própria mulher. “Muitas de nós ainda confiamos mais nos homens no exercício das atividades políticas. Ainda temos números insatisfatórios, provocados pelo machismo e pelo preconceito. Temos tanto talento quanto os homens”, reforçou a vereadora.
Edir lembrou muitas leis sua autoria e de outros parlamentares que foram criadas para valorizar e motivar as mulheres. “Não podemos aceitar quando dizem que a dona de casa não faz nada. Ela trabalha na educação, na saúde, na lição dos filhos, nos cuidados com a casa. Meu pai era sapateiro e minha mãe era costureira, tiveram seis filhos, quatro mulheres e dois homens. Os filhos não tinham responsabilidades sobre os cuidados com a casa, enquanto as mulheres deveriam fazer de tudo. Felizmente as coisas estão mudando, mas ainda temos muito o que desempenhar, não devemos aceitar que tantas mulheres ainda sejam vítimas da violência”, enfatizou ela.
A MULHER PRECISA ABANDONAR SUA POSTURA DE VÍTIMA
A deputada estadual mais votada nas últimas eleições, Janaina Paschoal contou ao público do 19º Congresso da FACESP que quando se candidatou existia na sua casa uma dúvida se seria ou não eleita. “Eu dizia que tudo seria como deve ser. Existia um sentimento de muita tranquilidade. Eu acredito em Deus e tenho muita confiança em defender as teses que devem ser defendidas.” Por isso, antes de tomar posse, revelou que amigos se aproximaram e a aconselharam a começar a atuar com calma, diante da predominância masculina no legislativo. “Eram pessoas que estavam querendo o meu bem, mas eu não levei isso em consideração. Logo de cara, por exemplo, me candidatei à presidência da Casa. Eu sentia que tinha o dever de aceitar esse desafio. Não fui eleita. E recebi a minha derrota para a presidência da assembleia com a mesma tranquilidade que conquistei o meu mandato nas urnas”, contou a deputada estadual.
Em seu início de aprendizado como parlamentar, Janaina reconheceu que a mulher precisa abandonar sua postura de vítima. “Precisamos parar com isso. O preconceito existe, mas a culpa não é apenas do homem. A mulher deve ter coragem para falar sobre todos os assuntos, não só aqueles relacionados à mulher. A sociedade deve entender que podemos discutir e exercer qualquer função. A única diferença entre o homem e a mulher é a força física. É o momento de assumirmos o nosso papel como protagonistas”, ressaltou Janaina. “Temos o dever de enfrentar os riscos, de não aceitar a condição de coadjuvante.”
“Pelo seu status, o homem nunca é considerado um perdedor diante dos seus erros. Já a mulher, se fizer algo mais ou menos, estará liquidada”, lembrou a parlamentar. “Por isso, estudamos e trabalhamos em dobro. Essa é uma reflexão que devemos começar a fazer. É preciso ter preparo para o exercício da função. Não é uma questão de dinheiro, mas de estar no front”, afirmou Janaina. Como não é mulher que foge dos temas quentes, antes de concluir sua participação no painel, defendeu o fim do fundo partidário como forma de conter a manipulação dos partidos frente à exigência da cota de candidatas mulheres nas eleições.
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Patrícia Gomes Baptista
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