Acil envia Ofício à FACESP solicitando apoio a causa da mortandade de abelhas e fiscalização no uso de agrotóxicos
A Acil enviou ofício endereçado à FACESP no qual demonstrou sua preocupação sobre a crescente mortandade das abelhas, assunto que merece uma atenção especial. Segundo estudos e pesquisas, um dos principais fatores para o enfraquecimento e morte de colmeias é o uso incorreto de agrotóxicos. Por meio deste ofício a Acil busca, através da FACESP, que a sensibilização chegue às autoridades e soluções possam ser tomadas em conjunto às Industrias Químicas, Agricultores e Apicultores.
Confira o Ofício na íntegra abaixo:
Ofício Nº. 224/ 2015
Leme, 04 de março de 2015.
Ilustríssimo Senhor,
Referência: Solicitação de apoio à FACESP
A ACIL – Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Leme, vem respeitosamente solicitar à Vice Presidência da RA-07, para fazer chegar à Presidência da FACESP, nossa preocupação sobre um assunto que no nosso entendimento, com base em informações advindas dos meios de comunicação, pesquisas de Universidades Nacionais e Internacionais, dentre outras fontes, que trata sobre a crescente mortandade das abelhas. Não somos especialistas no assunto, mas temos em nossa cidade o Núcleo AAPILEME – Associação dos Apicultores de Leme e Região , que vem sofrendo drasticamente pela perda de colmeias, e consequentes prejuízos a que vem sendo acometidos. Porém sobre tal cenário, podemos arriscar a afirmar que é endêmico, pois a mortandade das abelhas vem numa evolução crescente, em diversos estados do Brasil, como também em países europeus, EUA, só para citar alguns. O impacto negativo nas economias é um dos fatores de preocupação, porém do ponto de vista macro, segundo especialistas, a morte das abelhas na proporção que vem ocorrendo, afeta de forma muito preocupante todo o sistema, inclusive na produção de alimentos para a população, afetando diretamente sua qualidade e quantidade. Estudos e pesquisas no Brasil e em diversos países apontam como principais causadores do estresse e morte prematura de milhões de abelhas são:
- A exposição a certos tipos de produtos químicos (agrotóxicos) usados nas lavouras (inseticidas; herbicidas e pesticidas), podem ocasionar o enfraquecimento das gerações de abelhas e talvez, sejam a principal causa do Colapso Mundial das Colmeias;
- Uma serie de parasitas (ácaros, vírus, bactérias, etc.) que podem afetar a saúde das abelhas;
- Há também práticas utilizadas na produção de mel ou na polinização, porque as abelhas polinizam mais, e em consequência, sofrem determinado estresse.
Como o principal fator de enfraquecimento e morte de grande número de colmeias, apontado nos estudos e pesquisas, aponta para o uso demasiado e em certa medida incorreto dos agrotóxicos, e como sabemos a Indústria destes produtos são economicamente muito fortes, mesmo já havendo proibições por parte de países do uso destes produtos, percebemos que no Brasil, sua aplicação permanece em nossas lavouras. Não pretendemos aqui, de maneira simplista, achar que a solução será fácil, e que bastará proibir o uso de determinados produtos químicos no Brasil. Temos sim, a humilde esperança de provocar a sensibilização, a começar pela FACESP, e por esta, fazer chegar às autoridades, a consciência de que, faz-se necessário, de forma urgente uma mudança de regras e fiscalização no que diz respeito ao uso dos produtos químicos em nossas lavouras. Colocamo-nos à disposição para tratar do assunto de forma mais abrangente, visando contribuir e apontar soluções para o grave problema.
Aproveitamos para renovar nossos protestos de estima e consideração.
Atenciosamente,
José Cláudio Beltram
Presidente da ACIL
Ilustríssimo Senhor
Jorge Aversa Junior
Vice Presidente da RA – 07 FACESP