ÁREA DO ASSOCIADO

13/07/2016

A dinâmica do mercado de fertilizantes e Cenário de Apólices de Seguro Rural entre 2014 e 2015 (Boletim GEAgro)



NESSA EDIÇÃO, O BOLETIM MOSTRARÁ A DINÂMICA DO MERCADO DE FERTILIZANTES E A SUA TENDÊNCIA EM ACOMPANHAR AS PRODUTIVIDADES DAS PRINCIPAIS CULTURAS.

O consumo de fertilizantes é essencial na produção em larga escala de várias culturas. Esse consumo está diretamente relacionado à fertilidade do solo e, consequentemente, reflete no sucesso da obtenção do produto final.

Em uma análise feita, dos anos de 2000 a 2014, por meio dos relatórios da Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), que trazem um resumo do mercado nacional de adubos, pode-se observar um comportamento curioso do mercado.

O Brasil, por ser um grande representante do agronegócio mundial, consome grandes quantidades de fertilizantes por ano. Entretanto, a maior parte das matérias-primas e dos produtos finais são importados (Gráfico 1).

O volume de vendas total de fertilizantes para o mercado interno, em 2014, atingiu 32,20 milhões de toneladas. O período de 2000 a 2014 foi caracterizado por forte aumento da demanda, com uma taxa de crescimento média a 4,61% ao ano. Pontualmente, o ano de 2014 obteve uma demanda 96,49% maior, quando comparada à demanda em 2000, com 16,32 milhões de toneladas.

Quando se trata da origem dos fertilizantes usados no país, observa-se grande discrepância entre o que foi produzido em território nacional e o que foi importado. As importações aumentaram 117,9% no ano de 2014 em relação a 2000. Houve um aumento médio de 5,33% ao ano ao longo dos 15 anos analisados. Vale ressaltar que também ao longo desse período, as importações atenderam, em média, 78,30% do volume total de vendas, desconsiderando-se os estoques. Por outro lado, a produção nacional de fertilizantes se mostrou pouco evolutiva, com um aumento de 2000 para 2014 de apenas 11,79%. Seguindo o mesmo procedimento de desconsiderar estoques, a produção nacional supriria apenas 38,94% do volume total de vendas. Ao longo dos 15 anos analisados, houve um aumento anual médio de 0,75% da produção interna de matérias-primas e produtos finais.

A oferta total de fertilizantes no Brasil, em 2010, atingiu 24,48 milhões de toneladas. No mesmo ano, importaram-se 15,27 milhões de toneladas e produziram-se 9,34 milhões de toneladas de matérias-primas e fertilizantes intermediários. Em relação a 2009, houve aumento de 11% na produção doméstica e de 38% das importações, indicando a retomada do consumo após a forte queda de 2008/2009.

Os relatórios da ANDA também apontam a participação do total de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) na composição da produção nacional e na importação dos produtos finais. As médias das participações de cada um deles na importação e na produção nacional podem ser observada nas Tabelas 1 e 2, respectivamente.

Como dito anteriormente, o aumento no consumo nacional de fertilizantes também seguiu as tendências da agricultura em geral, onde se observou um aumento da produção e consequente aumento na produtividade (quantidade produzida por área). Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB, 2006-2015), o milho aumentou significativamente a sua produtividade. Da safra 2005/2006 para a safra de 2014/2015, o produtor de milho teve um aumento de 64,14%, indo de 3.279 kg/ha para 5.382 kg/ha. Em uma média anual, o aumento chegou 5,08%. Para a soja, o aumento pontual da safra de 2005/2006 para a safra de 2014/2015 foi de 23,98%. O sojicultor contou com um aumento médio anual de 2,17%, conforme mostra o Gráfico 2.

REFERÊNCIAS

ANDA. Anuário Estatístico do Setor de Fertilizantes, São Paulo, ANDA. 2000-2014

CONAB. Levantamento de Safra. 2006-2016. Disponível em: <http://www.conab.gov.br/conteudos.php?a=1253&ordem=produto&Pagina_objcmsconteudos=11#A_objcmsconteudos>. Acesso em 27 jun. 2016

EQUIPE GEAgro:

Discentes -  Matheus Sleiman da Costa, Diulie Moreira, Vinicius Vitturi, Gustavo Américo, João Matheus, Jaiana Souza, Guilherme Fermino, Fernando Jacuviske.

Professores - Marta Cristina Marjotta-Maistro (coordenadora), Davi Guilherme Gaspar Ruas, Adriana Estela Sanjuan Montebello. Jeronimo Alves dos Santos

 NESTA EDIÇÃO DO INFORMATIVO GEAGRO É APRESENTADO UM COMPARATIVO DO CENÁRIO  DE APÓLICES DE SEGURO RURAL  ENTRE OS ANOS DE 2014 E 2015.

O Seguro Rural é uma importante ferramenta de auxilio ao produtor, ofertada por empresas particulares, devidamente habilitada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), no programa de Subvenção. Ao contratar uma apólice de seguro rural o produtor pode minimizar suas perdas ao recuperar o capital investido na sua lavoura. Através do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), há uma minimização nos custos do prêmio que é pago pelo produtor ao seguro por meio do financiamento do mesmo (Subvenção), pelo Governo Federal.

Em tendência à crise mundial e brasileira, as apólices rurais vêm sofrendo contrações, acompanhando diversos outros setores da economia no Brasil. O número de unidades de apólices no país, em 2015, foi de 40.512, um número inferior ao de 2014, que constatou 118.204 unidades, como pode ser apreciado na tabela 1.

Analisando os dados dos estados por região, os estados pertencentes a região Centro-Sul, nota-se um queda média de 79% no número de apólices rurais, 78% na área segurada, 77% na importância segurada, 74% e 73% para o prêmio total e valor de subvenção, respectivamente, no período de 2014 a 2015. Já para os estados da região Norte-Nordeste, os valores se negativaram em 86% para apólices rurais, 79% para área segurada e 77% para os demais indicadores .

Examinando esses indicadores em números, a região Centro-Sul, que concentra a grande maioria das taxas dos indicadores, obteve a diferença de 75.149 em números de apólices, enquanto a região Norte-Nordeste apresentou 2.543. Em todos os demais itens, essa diferença foi continua, como pode ser indicado na tabela 2, através das porcentagens de variação anual.

Em relação à área segurada, houve uma queda de 71% entre os anos de 2014 e 2015. No mesmo período, a importância segurada, em reais, também variou negativamente em 71%. O prêmio total e o valor de subvenção se estabeleceram em índices negativos de 62% e 59%, respectivamente, em reais.

A variação negativa observada entre 2014 e 2015 pode ser explicada ao não-pagamento e maior endividamento do governo federal e as contas públicas dos anos anteriores, o que resultou em um menor orçamento para o seguro rural no ano de 2015, o qual acabou classificado como ruim por economistas e especialistas na área. O orçamento de R$ 668 milhões foi utilizado em sua metade para pagamento das dívidas públicas.

As diferenças ocorridas nas regiões ponderadas? tornam-se evidenciadas quando estudado os estados do Paraná, Mato Grosso, Tocantins e Sergipe. Os dois primeiros apresentaram, em 2015, respectivamente, 18.446 e 189 unidades de apólices rurais, enquanto os dois últimos apontaram 72 e 6. Entre 2014-2015, o Paraná indicou uma redução de 48% de sua área segurada, já os três demais estados, variaram entre 80% e 93%. Entretanto, o Prêmio Total e o valor de subvenção configuraram-se diferentemente: o Paraná e Sergipe tiveram uma contração de 40% à 50%, porém Mato Grosso e Tocantins taxaram de 78% à 92%. Em relação à Importância Segurada, o Paraná continua encabeçando a lista dos estados com maior significância nesse indicador. Em 2015, o valor foi de, aproximadamente, R$ 2 bilhões. Em contrapartida, os demais estados analisados chegaram nem à 5% do montante paranaense. Os estados que se encontram sem variação (PA, CE e RO), não tiveram áreas em hectares asseguradas em 2015, portanto variando em 100% já RN e AC, não contabilizaram áreas em hectares asseguradas.

REFERÊNCIAS

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. (MAPA) – Resultado Geral PSR - Secretaria de Política Agrícola – SPA, Departamento de Crédito, Recursos e Riscos – DCRR Disponível em: < http://www.agricultura.gov.br/politica-agricola/seguro-rural/relatorios >. Acesso em 28 jun. 2016

EQUIPE:

Discentes: Estevan Henrique Coelho; Fernando Jacuviske; Felipe Gomes de Souza; Joao Victor Fortunato; Leonardo Zimmermann; Luiz Pazetti; Mauricio Britez; Yago Lichtscheidl Coreato.

Professores: Marta Cristina Marjotta-Maistro (coordenadora); Davi Guilherme Gaspar Ruas; Adriana Estela Sanjuan Montebello; Jeronimo Alves dos Santos.

tags: ufscar, geagro, grupo-de-estudos-do-agronegócio, fertilizantes, agronegócio, agricultura, seguro-rural



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