4 tecnologias para sua loja incorporar em 2022
Por Mariana Missiaggia para Diário do Comércio
Cada vez mais integrada ao dia a dia do consumidor, a tecnologia está na rotina do brasileiro dentro de casa, no trabalho, no lazer e tem ditado as experiências de consumo.
Na corrida pelo encantamento do consumidor, recursos, como filtros, inteligência artificial, realidade virtual aumentada (RVA) e outras ferramentas tecnológicas favorecem muitos negócios na hora de comercializar um produto ou serviço.
Muitas empresas, na maioria das vezes startups, já facilitam esse processo com opções mais acessíveis financeiramente. Listamos alguns desses recursos que, embora facilitem a oferta de inovação em um comércio, não necessariamente demandam altos investimentos.
FILTROS DE REALIDADE AUMENTADA
Se valer dos filtros de realidade aumentada com diferentes funcionalidades já é algo muito utilizado por lojas de móveis e decoração. Com uma configuração simples e muito realista, os consumidores gostam de usá-los na hora de tomar uma decisão.
A opção já é muito bem aceita pelos consumidores dada sua alta usabilidade nas redes sociais. Algumas marcas até compartilham a ferramenta no Instagram. Ao clicar no filtro, os usuários conseguem testar pelo smartphone como os objetos ficarão posicionados no seu ambiente, em tamanho real, com a opção de gravar e compartilhar a experiência nos stories.
No Facebook, também é possível incluir o recurso na aba de venda dos produtos, em posts ou no momento de segmentar as campanhas. Ou seja, quando o usuário estiver navegando pela timeline e visualizar a postagem, basta clicar na experiência, abrir a câmera e testar o item no ambiente, em tamanho real.
Muitas dessas funcionalidades também podem ser modeladas para direcionar o consumidor ao site oficial da marca ou para outra página que a empresa prefira.
Marcos Trinca, CEO da More Than Real, startup de soluções de realidade aumentada, acredita que com o uso dessa tecnologia, a relação dos consumidores com os produtos se torna muito mais tangível e por conta disso eles passam a ter mais convicção para finalizar a compra, além de diminuir as trocas, devoluções e insatisfações.
"Uma experiência diferenciada fará com que as pessoas comentem e compartilhem de maneira orgânica, beneficiando ainda mais a sua loja".
FERRAMENTAS PARA VÍDEO
À medida que a sociedade se sente mais à vontade para comprar online, as marcas também vão percebendo o vídeo como um formato interessante para as vendas, inclusive ao vivo. Flexível e democrática, a opção pode ser acessada por plataformas comuns do dia a dia, como o Youtube, por exemplo, e pode ser assistida não somente para ajudar no desejo de consumo ou tomada de decisão, mas também como entretenimento, inspiração e pesquisa.
O modelo chinês com influenciadores usando os aplicativos de vídeo ao vivo para levar seus fãs para as grandes lojas surgiu num momento de ascensão das grandes marcas de comércio eletrônico, como o grupo Alibaba, que é uma das grandes marcas da China.
Vendendo por meio de eventos ao vivo, muitas vezes comandados por influenciadores e celebridades, com chats ao vivo e compras diretamente do aplicativo ou site da marca, os consumidores chineses já estabeleceram esse canal como essencial nas campanhas de vendas.
Chamada de live commerce, essa tendência puxada pela China foi responsável por U$ 7,5 bilhões em vendas durante os primeiros 30 minutos da campanha ao vivo de dia dos solteiros do Alibaba em 2020.
Segundo a consultoria McKinsey, o formato na China cresceu uma média de 280% entre 2017 e 2020, superando U$ 171 bilhões em vendas.
Com a popularização do live commerce, muitas agências já oferecem suporte para pequenas empresas com pacotes de edição a valores mais acessíveis para vídeos personalizados.
EXPERIÊNCIA POR VOZ
Após a verdadeira reviravolta que os smartphones provocaram no comportamento humano, especialistas apontam que a próxima revolução virá dos comandos de voz.
O uso de assistentes para compras por voz incorporados a smartphones, como a Siri, no iPhone, tem muito potencial para transformar o setor varejista e os comportamentos, desejos e necessidades do consumidor.
Caminhamos para uma era em que a partir de alguns comandos, será possível fazer uma compra sem precisar abrir uma tela, aplicativo, ou se quer digitar.
O crescimento na aquisição de equipamentos de smart home, como o Google Home e a Alexa da Amazon, impulsionam esse cenário que nos próximos anos passará por um boom. O aumento do número de assistentes digitais disponíveis deverá passar de 1,5 bilhão, atualmente, para 8 bilhões em 2023, de acordo com a Juniper Research.
PRIVACIDADE E SEGURANÇA
Ganhando cada vez mais força, as discussões sobre privacidade e proteção de dados já não podem mais ficar de fora do radar do varejo.
Ao mesmo tempo em que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) já entrou em vigor e pode gerar multas para as empresas, um levantamento do Mastercard em parceria com o Datafolha revela que 92% dos brasileiros temem pela segurança de suas informações no ambiente digital.
Além disso, 73% dizem já ter sofrido algum tipo de ameaça digital, como mensagens falsas e tentativas de roubo de senha.
Portanto, torna-se fundamental garantir a segurança e transparência no tratamento dos dados e a privacidade dos usuários. Essa maturação digital pressupõe que as empresas deixem claro como utilizarão as informações e para quais finalidades.
Por exemplo, em caso de uso dos dados para o envio de e-mails ou mensagens diretas, é necessária uma autorização específica. O titular dos dados pode revogar seu consentimento a qualquer momento, bastando apenas uma manifestação expressa de que não deseja mais que suas informações pessoais sejam utilizadas pelo estabelecimento. Todos esses processos devem ser simples e gratuito - e nisso, a tecnologia pode ajudar muito.